A NATUREZA DA ESCRITURA
(Parte 2 – O Lado Humano)

de Gordon Fee

O fato de que a Bíblia tem um lado humano é nosso encorajamento; também é o nosso desafio, e é a razão porque precisamos interpretar. Duas coisas precisam ser notados quanto a isto.

1. Ao falar através de pessoas reais, numa variedade de circunstâncias, por um período de 1500 anos, a Palavra de Deus foi expressada no vocabulário e nos padrões de pensamento daquelas pessoas, e condicionada pela cultura daqueles tempos e circunstâncias. Ou seja: a Palavra de Deus para nós foi primeiramente a Sua Palavra a elas. Se iriam ouvi-la, somente poderia ser através de eventos e linguagem que elas poderiam ter entendido. Nosso problema é que estamos muito longe delas no tempo, e às vezes no pensamento. Esta é a razão principal porque precisamos aprender a interpretar a Bíblia. Se a Palavra de Deus acerca das mulheres usando roupas de homens, ou das pessoas que devem ter parapeitos ao redor das casas pode falar conosco, precisamos saber primeiro o que dizia aos seus ouvintes originais — e por que.

Logo, a tarefa de interpretar envolve o estudante/leitor em dois níveis. Primeiramente, é necessário escutar a Palavra que eles ouviram; devem procurar compreender o que foi dito a eles lá e então. Em segundo lugar, devemos aprender a ouvir essa mesma Palavra no aqui e agora. Diremos mais acerca destas duas tarefas, abaixo.

2. Um dos aspectos mais importantes do lado humano da Bíblia é que Deus, para comunicar Sua Palavra para todas as condições humanas, escolheu fazer uso de quase todo tipo de comunicações disponível: a história em narrativa, as genealogias, as crônicas, leis de todos os tipos, poesia de todos os tipos, provérbios, oráculos proféticos, enigmas, drama, esboços biográficos, parábolas, cartas, sermões e apocalipses.

Para interpretar corretamente o “lá e então” dos textos bíblicos, não somente se deve saber algumas regras gerais que se aplicam a todas as palavras da Bíblia, como também se deve aprender as regras especiais que se aplicam a cada uma destas formas literárias (gêneros). E a maneira de Deus comunicar-nos Sua Palavra no “aqui e agora” freqüentemente diferirá de uma forma para outra. Por exemplo, precisamos saber como um salmo, uma forma que freqüentemente era dirigida a Deus, funciona como a Palavra de Deus para nós, e como os Salmos diferem das “leis,” que freqüentemente eram dirigidas a pessoas em situações culturais que já não existem mais. Como tais “leis” nos falam, e como diferem das “leis” morais, que sempre são válidas em todas as circunstâncias? Tais são as perguntas que a natureza dupla da Bíblia nos impõe.

[Nas próximas semanas, Deus permitindo, iremos reproduzir nesta seção mais princípios da interpretação dos senhores Fee e Stuart do seu livro “Entendes o Que Lês?”]

Copyright © 1984 Edições Vida Nova. Todos os direitos reservados.
Reproduzido com a devida autorização.

O livro de Gordon D. Fee e Douglas Stuart do qual este texto foi extraído, “Entendes o que Lês?“, pode ser encomendado daEdições Vida Nova
selecionando a capa do livro ao lado:  


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