“Vocês ouviram o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente’. Mas eu lhes digo: Não resistam ao perverso. Se alguém o ferir na face direita, ofereça-lhe também a outra.” Mateus 5:38-39
Pensamento: O famoso “lex talionis” ou lei de retaliação estabelecia o conceito da reciprocidade do crime e da punição. A perda de um olho seria punido com a perda do olho do culpado. Nas Escrituras, esta lei (Lv 24:19-20) visava coibir a retribuição e inibir a vingança.
Não era que o culpado seria sempre obrigado a pagar com perda igual. A punição podia ser menor. Mas, a vítima não podia exceder o que ela havia originalmente sofrido ou perdido.
Como Gandhi observou, se a lei fosse realmente aplicada em pouco tempo todo mundo estaria cego e sem dentes. Nos dias de Jesus a recompensa monetária havia substituído em boa parte a aplicação da “lex talionis”. No entanto, Jesus mostrou uma justiça superior, que visa não a reparação de danos ou a restauração de bens matérias, mas, a reparação de relacionamentos quebrados e a restauração de almas perdidas.
Quando somos injustiçados, quando alguém tira vantagem, como é que nos sentimos? Impotentes, indefesos, sem controle. E, quando nós nos vingamos, quando conseguimos “dar o troco”, uma das coisas que tentamos ter de volta é a sensação de que temos alguma força, que temos controle, que nós também podemos mandar na situação.
Quanto vale um objeto quebrado ou um bem danificado em comparação a uma alma perdida? Jesus não está mandando que seus discípulos se submetam cegamente a agressões, mas ele está nos proibindo de revidar, de nos vingar. Pedro (Atos 5:29) e Paulo (Atos 16:37; 22:25; 25:8–12) nem sempre se submetiam passivamente a ameaças ou agressões.
Entretanto, há situações em que será melhor perder ou sofrer do que buscar nossos “direitos”. Jesus está nos apontando para uma reação alternativa que pode surpreender e começar a mudar quem nos ofendeu ou nos machucou. Quem sabe esta mudança alcance não só os que nos ofenderam, mas, a nós também. Talvez seja nós que mais precisamos.
Oração: Grande tem sido a misericórdia do Senhor para comigo. Não há como medir o que o Senhor já perdoou das minhas ofensas. Dai a todos nós, ó Pai, uma medida igual do seu amor, para todos que precisam, especialmente aqueles que nos ofendem. Que nós possamos ser embaixadores do seu perdão para com todos. Em nome de Jesus oramos. Amém.
Dennis Downing é o autor do devocional diário “Jesus disse…”,
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